__________que seja seara
as tuas palavras em mim
lavra o meu corpo
com o teu olhar
e_________________ semeia no meu peito
Glicínias de aroma doce
de cachos de púrpura cor
dá-me um beijo de aguarela
e________colhe da minha boca
_______________________poemas
lampejos de luz
infinita cor
faz deles um arco-íris
pendura-o na ponta
____________de ¼ de lua
vamos fazer a dança da chuva
desafiando os deuses
mandando mensagens às estrelas
dentro de bolas de sabão
vamos desenhar sorrisos
_______________na cauda de um cometa
quero descobrir onde se deita a lua nova
sentir a força da natureza
quando um raio rasga a terra
e__________________os rios faz nascer
Meus braços árvores sejam
Esguias____erguidas ao céu
O vento cante em meus ramos_____que o sol beijam
Olhos d´água_______alimento teu
Chuva de prata______encantamento
Embriaguez dos sentidos_____um quê d´errante
Aroma.doce.despertar____________arrebatamento
Seara de ti.em.mim.amado___________amante
Aroma.doce.despertar____________arrebatamento
Seara de ti.em.mim.amado___________amante
© Betty Branco Martins
artist : Betty Martins
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.imagens e textos com Direitos Autorais de Betty Branco Martins
nada sei
dos pássaros brancos_______aqueles que me visitam
movendo-se como quem procura num astro
_______ou em qualquer outro telhado
a altura dos corpos pela manhã
vertigens acesas nas ombreiras no experimental desenho
de uma vírgula na máscara-carmim________que habita numa romã
o vento não levou de viagem as nuvens brancas
os amantes tomaram-nas como lençois devororando-as com os seus corpos
que mistério...longo nos liga
nestas roupagens douradas e azuis caídas no chão da memória
feito um traço ____________ácido
como sou cúmplice da loucura
dispo-te com o meu sorriso
e ________na linha vertiginosa
dos meus sentidos liberto-te________________________
na nudez da minha voz
preso na linha do horizonte corre
um longo arrepio prateado
cachos de apetites pesam e torcem
_______como cepas de uma vinha
na velúpia do silêncio
vestes o meu ventre com a tua mão
© Betty Branco Martins
Artist : Betty Martins
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a luz e as palavras
deixam os meus dedos trémulos
ou será o medo que habita em mim...
um sorriso amargo acutilante como nunca vira antes
____________ estendi o meu braço para te tocar ... mas só os factos pairavam
sobre a minha cabeça como se aves apocalípticas fossem em voos espiralando um passado difuso ____________carregando o meu peito dum peso insustentável
os meus pés pisam em sobressalto um velho telhado
como um retalho de céu caído nas mãos de um anjo
que existiu por breves momentos
___________deixando rasgos de luz no canto mais escuro dos meus olhos
© Betty Branco Martins
acrílico s/tela - artist - Betty Martins
vestida de medos ..
a noite oferece-me os gritos do silêncio
______________não importa a tristeza que me possas trazer
eu risco – eu traço as tuas formas
lanças os teus braços longos e frios
num acto sem conteudo
perdi os meus olhos no mar… só porque - eu te queria ver
corro sobre as ruínas dos teus cabelos
onde nascem árvores estaladiças de tão secas
não existem portas em ti
como .. tudo está cerrado
num perfeito cubo de pedra
nada faz eco – porque nada entra
são “olhos” os meus dedos - procuram sentir a palidez da tua alma
é tão profundo e solitário o lugar onde o teu corpo habita
a luz fere a escuridão do teu manto
e a minha voz rasga a tua pele
ouves o coração da terra __________e julgas ser o teu
tudo está mais perto de mim até a lua
os caminhos
corrrem nos teus pés parados
e o céu coalhou a meus pés …
© Betty Branco Martins
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Artist : Betty Martins
separa[te]
do meu olhar
no exíguo espaço
que permanecem nos meus dedos
vestígios de escrita espalhada na minha pele
ou até mesmo no chão
e as teclas são meus olhos
seguem para o papel
entre raios de luz
poeiras
e_____________horas
linhas que seguem
para o mesmo fim
as sombras batem nas paredes
e as palavras gritam.mudamente
num silêncio de morte
atravessam a rua
tu__________________________________ … já ali!!!
[a dor suprema dum abraço]
os soluços das escadas
teimam em se fazer ouvir
da tua boca
caíram livros no meu regaço
faço traços
arquitectando
o sol-poente …
nas folhas brancas
um esboço !!!
um céu caiu nos meus olhos
e a dor …. é um fogo que vai moldando o meu corpo
qual espada que atravessa
o meu peito até aos limites do teu olhar ______________ ...
© Betty Branco Martins
Artist : Betty Martins
o medo contigo de mãos dadas
apanho pedaços de lua que a noite vai distribuindo
___________apenas escassos sinais
ela______________é como um rio__________a noite
que fendas ou poços se abriram
engolindo segredos
como facas ou espadas
que a ferrugem come
a comunhão com o mundo de L´Étranger_______o absurdo
e da estranheza de ser
das verdades______mais nuas e cruéis
por vezes o poeta que se quer à sua própria medida recusando a divindade trava com Deus à maneira de Régio um diálogo desesperado______"Senhor. se tu assim quiseste. fecha-me no meu corpo. e morre tu comigo_________________neste silêncio morto"
vive no vítreo olhar teu
a culpa e o medo
o perigo não pesou muito sobre a memória essencial. aquela - graças à qual nos reconhecemos ao acordar - aquela - que irriga a alma onde navegam os nossos deuses os nossos demónios - onde se depositam os factos de cada dia e onde a vida já percorrida cava a sua íntima perspectiva__ produziram-se um desarranjo brusco que perturbava o uso da palavra
__________não sou capaz de datar as manifestações iniciais desse desarranjo
lobo na neve
é nave e catedral
a sua fome puríssima
é o único vitral
que espelha o céu todo inteiro
só são cruéis os fantasmas_________ele é real
____________que distância avistava eu as palavras formadas pela minha mão à frente dos meus olhos
muitas léguas para além dos cactos onde me pico por desdém
os céus interrogam. de repente - o que podia deixar de existir_________ permanecendo viva. no fundo mesmo no fundo de nós - atrás dos muros das trevas onde se ausenta de nós próprios o pensamento - parte por atalhos - talvez a consciência dialogue com o Deus________ e recolha certezas aquando da morte__________ é que a alma sobrevive - mas será que a surpreendemos-à-nossa consciência?
a tua mão um dia embalou o berço_______e__________
deixou queimar poemas no fogão
é uma hóstia________ murmurei para comigo
as palavras são irresponsáveis precipitam-se ao primeiro clarão - dissipam as trevas procedem à conversão da fantasia em memória do mesmo modo que impõem aos interrogatórios da noite a coerência da sintaxe - quando - uma realidade não admite ser traduzida__________as pedras têm memória
_________que peso tem o esquecimento de um Deus
abotoaste o teu coração com botões de metal
e - embalas no teu colo___________a sombra fria
do teu ainda mais frio corpo
____________em que guardas
aquele segredo religioso - repugnante
que sabes - ser imprudente e trémulo
vive no teu vítreo olhar - a culpa e o medo
que mordam os pulsos - cantem
mas não me ofereçam pactos__________de piedosas intenções
© Betty Branco Martins
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________começou a chover outra vez. chove tanto que nem parece Verão. ele sabe que depois daqueles dias de chuva ainda se pode ir até à praia. o calor faz-se sentir para além destas chuvadas.
mas estes dias são, os que mais gosta. a nostalgia o cheiro a terra – ou estar mais perto [dela]. esqueceu-se durante um momento de tudo o que já sabia baralhou-se e julgou verdadeiramente que o Verão já estava a acabar. gostaria que assim fosse - pois nos seus olhos é Outono_______________...
o carro - velozmente vai engolindo a estrada e a paisagem. agarrado-se às curvas para não sair disparado - a água entra pela janela a dar-lhe na cara como se o estivesse a cumprimentar ou a insultar.
vai muito depressa e quando olhou para o banco do lado apercebeu-se que não estava sozinho_____. e instantaneamente o seu cérebro - disparou uma citação que o faz arrepiar ...
as imagens têm duas maneiras de cativar: pelo que contêm de belo e pelo que conservam do pensamento_________...
arde
em mim como um incêndio
implosão
contemplo_________a luz
no movimento dextrogiro
pensamento dévio
segurar esses________alvos lençóis
sinais de permanência
da.gota.a.gota.do.minuto
aproximidade
qual diapasão
traduzindo a perene
da escrita
em cada célula
do meu [nosso]_________________corpo
torrente que passa
na ponte construída
dos meus braços
até ao teu olhar_______________que a segura
uma onda ou um grito
prolongando a noite
os raios de luar
dentro das palavras
como se tentassem guardar
para si os limites______________que são abstractos
uma imprevista curvatura
num ângulo desenhado
ou inventado
orquestração de sentimentos
gotas de prata
juntando-se
a____________________montante de um rio
eternizando o que é de tão etéreo
a chuva continua. pára o carro – deixa de correr – pensou. desliga a chave da ignição. num gesto de abandono___deixa a cabeça cair para trás. ali permanece - por um tempo – sem fim – sem tempo.
sentindo todos os aromas – sentindo-se mais.perto.dele.dela_________________[deles]
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tu em mim__________
que seja seara
as tuas palavras__________em mim
lavra
o meu corpo
com o
teu olhar
e semeia no meu peito
Glicínias de aroma doce
de cachos de púrpura cor
dá-me um beijo de aguarela
e colhe da minha boca
...__________________poemas
lampejos de luz
infinita cor
faz deles um arco-íris
pendura-o na ponta
de____________ ¼ de lua
vamos fazer a dança da chuva
desafiando os deuses
mandando mensagens às estrelas
dentro de bolas de sabão
vamos desenhar sorrisos
na cauda de um cometa
quero descobrir onde se deita a lua nova
sentir a força da natureza
quando um raio rasga a terra
e os rios faz nascer
meus braços árvores sejam
esguias erguidas ao céu
o vento cante em meus ramos que o sol beija
olhos d'água alimento teu
chuva de prata encantamento
embriaguez dos sentidos um quê d'errante
aroma.doce.despertar arrebatamento
seara de ti em mim amado___________amante
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alma minha________tua ...[...]...
.nuas silhuetas _____iguais.de.alma
mudamente.a
gravitação do desassossego
nas.mãos.mais.nuas
.na sombra.dos.lábios
morria.um.sorriso
morrendo ____se acendia
na ponta dos meus dedos
__________…
.não sei o significado daquele violento distúrbio. retrospectivo aquele frenesim do coração semelhantes a aflição que diante da catástrofe nos atira de um lado para o outro______ ou nos retém no mesmo sítio paralisados.
.o anel queboru –se
abriu.se
dividiu
.o segredo da chave
era contudo eu na fotografia. eu! que conseguia romper o circulo inatingível da planura
_________...
.uma ânfora
de.vidro cobre
o silêncio onde a ânsia se esconde
.a.palavra.a.dizer
mancha o invisível
...
.se alguém tivesse dito naquele momento____ que desfeito como um sonho ao acordar. eu entrara na fotografia!!! não o teria desmentido. por um instante partilhei com o menino até nele me fundir…o medo de permanecer prisioneira na vasta extensão para ele_________ainda sem saída
.o tempo destelhou a outra metade do céu
.reconheço [me]________[nele] o jeito precoce dos meus cabelos obstinados a cobrir-me de viés uma parte da testa. reflecte no rosto uma vontade calma mas inflexível. nada a confessar!!!
a voz da terra
veludamente assumia as nuas mãos
o irrefutável _______[…]
o irrefutável _______[…]
poço
sem.fundura
.o mergulhar.pela.vida___________adentro
palavras rodeadas.de.longes
ousadia livre da sua equanimidade
sepulturas.do.teu.colo dissimulam
as raízes que eu
procuro
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.rastejantes os minutos
vão algemando os olhos____dos homens ao tempo
.um re.canto.de.chão.aveludado
molda-se ao corpo.como.um.colchão
de______________________rosas.de.cinza.lama
.que deixam o sabor da luz muito para além do sol
.esquartejada a voz
retoma os espelhos.baços
deixando transparecer a indubitável noite
temerárias as tuas mãos________não reconhecendo a indulgência
da insustentável evidência
lacradas as portas dos pulsos
vogava o grito íntimo
corrente.o.sangue
no.resgatar
a fresca madrugada a ressumar.dum corpo
são.gotas.de.vida
como.chuva.mansa
caindo dos céus de vidro
._______________ajudando o silêncio a adormecer
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folhas...
no voo das cegonhas
fotografo no espaço
nas palavras
as________folhas.de.um.calendário.trocado
uma chuva
de.promessas.em.envelopes.selados
rasgam as persianas
dos.corpos.que.se.passeiam.pelas.ruas
ajustando.se.à.estranheza.da.escuridão
no tormento da inquietude
que.habita.no.espírito.do.artista
que chora a mutilação da natureza
cada aresta se curva ante uma esquina
cerrada abruptamente.após.o.movimento
a sombra que dos dedos e dos gestos se solta
veste a folha com as palavras
que.a.vão.engolindo.tão lentamente
como classificar o que de tão vago___________[parece]
_____________...não me deixes só
com a cor do fim.não me deixes só________...
o tempo transforma-se
tal qual a palavra lendária
que se esboroa em seu corpo de árvore
faz-se e desfaz-se__________até no imprevisto
sabor dos frutos das nuvens
no lento entardecer
ergue-se da montanha.o.grito.sem retorno
a grande lezíria
do silêncio__________
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no.arrepio.das.palavras
íntimos.cúmplices
num arrepio de olhar
que as folhas de um outono. inexorável
dançam de vermelho.e.amarelo. ocreoso
tombando de cansaço.no.peito.feito.chão
sulcado pelas tempestades
vidraças.quebradas.olhos tangentes
visando.um.mundo.aprisionado.nos vidros estilhaçados
selvagem.torrente________coalescer a um sangue.cálido
que flui à nascente dos meus sentires
.rasgo os ângulos da minha pele _______que implora o peso do teu nome
que vive.nos.estriados espelhos do crepúsculo
dum tempo em que habitas
apenas os segundos
.morre-se nas palavras por dizer
atear fogo ao interior das vogais
para que a denúncia não irrompa
e o escudo do meu peito não se abra
feita a leitura.das.páginas.em.branco
que pesam nas minhas mãos
o soberbo peso das altas.montanhas
que teimo em escalar.vertiginosamente
agarro o fio.de.luz.que me conduz ao cume.da.memória
lugar onde enterro todas as minhas armas
e amarro.os.meus.sentidos____________nas vagas de coragem
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.um pequeno.parêntese.do.tempo
porque escuto o choro.dos.versos.duma.canção.morta
na in.diferença passível da pedra
sortilégio!!!
um lugar no peito côncavo.vazio - porém – coactivamente____ainda___...!...
ao abrir uma velha arca encontrei – uma pietà________sem fuga a memória sucumbe a recordações
a inexorabilidade do irreversível põe-me face a face com a verdade. uma certeza que tudo é urgente na vida
os degraus de.pedra.castelos.eram
na imaginação de criança.viver dezembro num vernáculo sentir
{.acontece o tempo.real das vindimas}
.um pequeno
parêntese.do.tempo
.
.
.
.
uma doce aragem
levou a grande porta de madeira.a.fechar-se
_______tão docemente que não se ouviu
apertei o laço
forte entre a liberdade e decisão_______...
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sous un regarder
…!! não
tenho tecto sobre asas
tenho
o
vôo da liberdade________...
nos grandes cântaros vazios______estravagantemente vou-me prodigalizar.e ser luz de raio onde ventos e marés____gritam o melhor da sua natureza.agarro todas as forças generosas que me cingem tempestades.sol.água.vida_____exutório que se transforma em fontes ubérrimas________não só do fundo irrompem____mas.do.alto.dum.céu_____derramando.todo.o.saber.esculpindo com imaginação cada palavra______...____no fender ou na agudeza_____dos sentires
.______ah! aquela uma nuvem de inverno sempre atrás de mim permanece.tu.que.me.persegues____!!!________finges tanta coisa que já não sabes quem és. queres libertar-te do silêncio______mas continuas surda nas palavras__________////
{olhei para os seus olhos.irrequietos. cara.estreita.afilada
de quem usa touca de puritana
dum golpe só.fiz a autópsia____revelou que se tratava duma ratazana}
…
.traçado um esboço
na linha longa das árvores
rua.um.tanto vazia inventando janelas
apontando
para o segredo dos bosques
.que me devolve o gume______das palavras
. excêntricamente entranhada
nos ossos tenho a___fúria.e.o______não.medo.de.a.sentir._______a vulgaridade.faz.me.mal.à.pele.e.tenta.o.acerto.dos.ponteiros.dos.relógios.atiro.os.todos.contra.a parede.para voltarem_____à minha [a]normalidade
com um desprendimento assustador.penso que jamais compreenderei:______la pauvreté de intellect et de l´esprit
caem.tombam______sob o reflexo do meu olhar._______ le mien il sublime vol________amo.os.invernos.em mim
corre.o.criar
o.sangue.vivo.da.diferença.do
.dizer_______///
.sentir
sem cegueira-selectiva
.quem atinge o sétimo céu da solidariedade humana__________?
.apenas quando vêem
a terra ensopada de sangue.imagens.armas contundentes
.aparece de todo o lado
gente-sofredora de histeria-esmoler
esvaziando.os.seus.sacos
particulares de piedade
dando esmolas
.imensas esmolas
uiva o vento
numa tentativa de sacudir
as.mentes.apodrecidas
.dos seus coxins superiores de nuvens-fofas num céu_______à la carte
.sentada ao piano______sem teclas
.ah! mas os violinos_____in E major
.acerto a respiração nos olhos
que me refaz o sabor________nas mãos
.e
atravesso as brancas searas do
.frio
.da sede
criando as.açucenas eternas…
sublime dans mon vol solitaire en permanence
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rendidos
esmagas sobre o meu corpo
maduros bagos de uvas doces
atravessas
os limites dos meus sentidos
na linha mais vertiginosa
[es]corre
a macia cor de rubi
que fulgurantemente – de uma forma tão necessária
vai marcando
o íntimo de cada traço
dando-te sinais
para que de mim [nós] – sempre saibas
[a tua presença azul]
...os cabelos presos na nuca com perfeição.
um vestido preto comprido que descobria os ombros - os braços - as costas e a parte superior do busto - a exaltar a elegância e a opulência da sua figura…
deslizei no teu corpo
deixando o rasto
do meu cheiro
lambo os teu olhos
provo o teu olhar
rendido[a] – rendidos
...descalçou os sapatos e caminhou até à água diante da qual ficou um instante imóvel. depois desabotoou a parte de cima do vestido que lhe caiu sobre as ancas - deixando à vista uns seios que tinham a voluptuosidade - eloquência resultante destas duas coisas: a firmeza e a plenitude de uma mulher...
visto-me de nudez
e
com rendas de doce luz
dou-te o meu sorriso
linhas do meu corpo - ser paisagem
aos teus olhos de desejo – ser viagem
…olhou à sua volta e os seus olhos detiveram-se no jardim - em seguida - fez deslizar o vestido sob o qual estava nua. entrou devagar na água - e não se sabia - naquele corpo que se desvanecia a pouco e pouco na imersão. o que o levava______se a beleza quase abstracta dos contornos se a sensualidade da carne em movimento…
cúmplice do meu ventre
a tua boca
que dela quero beber – como fonte única
desejas a linha longa do meu corpo
nesta [que será] a eterna madrugada
peixes dançam
para que não esqueçamos - o mar
é de vidro
que prazer nasce em nós – que em nós não cabe
retenho a demora
da essência quente – das tuas mãos
atravessamos o vidro – dos gestos
toco-te o nome
na boca onde habitas
vertigens flutuando
no experimental ângulo
na máscara
cor de espuma
que se deseja azul
.como respiras na minha pele _____[...]
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