rendidos
esmagas sobre o meu corpo
maduros bagos de uvas doces
atravessas
os limites dos meus sentidos
na linha mais vertiginosa
[es]corre
a macia cor de rubi
que fulgurantemente – de uma forma tão necessária
vai marcando
o íntimo de cada traço
dando-te sinais
para que de mim [nós] – sempre saibas
[a tua presença azul]
...os cabelos presos na nuca com perfeição.
um vestido preto comprido que descobria os ombros - os braços - as costas e a parte superior do busto - a exaltar a elegância e a opulência da sua figura…
deslizei no teu corpo
deixando o rasto
do meu cheiro
lambo os teu olhos
provo o teu olhar
rendido[a] – rendidos
...descalçou os sapatos e caminhou até à água diante da qual ficou um instante imóvel. depois desabotoou a parte de cima do vestido que lhe caiu sobre as ancas - deixando à vista uns seios que tinham a voluptuosidade - eloquência resultante destas duas coisas: a firmeza e a plenitude de uma mulher...
visto-me de nudez
e
com rendas de doce luz
dou-te o meu sorriso
linhas do meu corpo - ser paisagem
aos teus olhos de desejo – ser viagem
…olhou à sua volta e os seus olhos detiveram-se no jardim - em seguida - fez deslizar o vestido sob o qual estava nua. entrou devagar na água - e não se sabia - naquele corpo que se desvanecia a pouco e pouco na imersão. o que o levava______se a beleza quase abstracta dos contornos se a sensualidade da carne em movimento…
cúmplice do meu ventre
a tua boca
que dela quero beber – como fonte única
desejas a linha longa do meu corpo
nesta [que será] a eterna madrugada
peixes dançam
para que não esqueçamos - o mar
é de vidro
que prazer nasce em nós – que em nós não cabe
retenho a demora
da essência quente – das tuas mãos
atravessamos o vidro – dos gestos
toco-te o nome
na boca onde habitas
vertigens flutuando
no experimental ângulo
na máscara
cor de espuma
que se deseja azul
.como respiras na minha pele _____[...]
© Betty Branco Martins
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